Entrevista com Giles Money e Alex Bibani
Allianz Global Sustainability

P: Em primeiro lugar, porque é que a sustentabilidade é importante para vocês? Como é que isso influencia a vossa filosofia de investimento?

Giles: Enquanto investidores ativos em ações, a nossa missão é investir e proporcionar aos nossos clientes rentabilidades líderes de mercado através da participação no sucesso comercial de empresas bem geridas. Acreditamos que a chave para o sucesso no século XXI assenta no alinhamento com resultados sociais e ambientais positivos. E não somos os únicos: 84% dos investidores da geração Millennial dão prioridade ao investimento assente em fatores ESG (ambientais, sociais e de governação corporativa). À medida que a riqueza for sendo transferida para a Geração Z e para os Millennials, esta forma de pensar vai tornar-se cada vez mais comum.

Alex: Este pensamento implica, para nós, um olhar crítico sobre o universo de investimento. Para termos acesso a um crescimento sustentável, é melhor evitarmos certos setores — os chamados “ativos irrecuperáveis”. Estamos a falar de setores insustentáveis relacionados, por exemplo, com o carvão térmico ou os motores de combustão, mas também setores que correm o risco de se tornarem obsoletos devido à evolução tecnológica, como as agências de viagens ou os meios de comunicação impressos. Por outro lado, os setores que procuram moldar a transição energética, como os veículos elétricos (EV), ou liderar tecnologias inovadoras, como a computação em nuvem, podem beneficiar a longo prazo.

P: Podem falar-nos um pouco sobre o que torna o fundo Allianz Global Sustainability único?

Giles: Em termos da sua singularidade, destacaria o nosso processo de investimento. Baseamo-nos na seleção de ações como principal fator de rentabilidade do investimento: procura-se evitar demasiados fatores de risco, o que é um desafio comum para os fundos sustentáveis. Além disso, este processo baseia-se numa perspetiva de cinco a dez anos, procurando identificar as empresas que têm valorizações desajustadas relativamente ao seu potencial a longo prazo.

Alex: Exatamente. E para isso concentramo-nos em três fatores que podem contribuir para essa valorização desajustada. Primeiro: as empresas de crescimento de boa qualidade são, por vezes, subvalorizadas porque se olha para os próximos dois ou três anos, e não para cinco a dez anos. Empresas como estas representam entre 50% e 100% da carteira em todos os momentos. Em segundo lugar, o mercado pode não gostar de certas empresas por motivos cíclicos; estas empresas representam entre 0% e 25% da carteira e representam a nossa componente de valor. Em terceiro lugar, algumas empresas de crescimento de qualidade estão a passar por mudanças ou reestruturações significativas neste momento; estas empresas também representam entre 0% e 25% da carteira.

P: Com base nesses fatores, que outras características distinguem o fundo de outras ofertas no mercado?

Giles: Com esta abordagem de investimento distinta, estamos menos orientados para o estilo do que alguns dos nossos pares e, como já foi referido, procuramos evitar o risco de fatores. O fundo é relativamente concentrado, com cerca de 40 a 60 ações, e limita o seu universo de investimento através de exclusões rigorosas, utilizando uma abordagem best-in-class com recurso a vários fornecedores de dados para resolver potenciais discrepâncias nos dados ESG. Desta forma, conseguimos rentabilidades diferenciadas impulsionadas por ações com maior grau de convicção, e o fundo apresenta um bom desempenho comparativamente a outros da mesma categoria.

Alex: Outro fator de diferenciação está nas competências da nossa equipa e no apoio que a equipa recebe das nossas unidades dedicadas à sustentabilidade, cuja responsabilidade se estende a toda a empresa. Além disso, temos equipas muito experientes no terreno na Ásia, uma vantagem fundamental dado o nosso posicionamento global. Estas equipas, bem como o processo de investimento já descrito, tornam o nosso fundo altamente diferenciado no mercado.

P: Mencionaram a abordagem de seleção de ações com base em critérios de exclusão/best-in-class. Podem explicar um pouco melhor?

Giles: O nosso processo começa pela exclusão de empresas cujas receitas resultem sobretudo do carvão térmico, álcool, jogo ou armas, por exemplo. Depois, a nossa equipa de analistas dedicada à sustentabilidade global classifica o restante universo de ações de acordo com critérios ESG relevantes para o setor. Esta abordagem permite-nos investir em empresas com uma gestão ESG líder na indústria, bem como naquelas que estão empenhadas em melhorar o seu desempenho ESG no futuro. Por fim, os nossos gestores de carteira combinam esta análise ESG com os resultados da nossa equipa de análise fundamental, o que se traduz numa carteira equilibrada de empresas com características financeiras e ESG superiores.

Alex: Desta forma, conseguimos beneficiar tanto da concentração como da diversificação e ter um conhecimento profundo dos nossos investimentos, tanto do ponto de vista ESG como fundamental.

Além disso, colaboramos ativamente com as empresas para ajudar a melhorar o seu desempenho em matéria de ESG — não só com as que fazem parte da carteira, mas também com empresas nas quais vemos potencial e oportunidades, mas que ainda não cumprem os nossos critérios rigorosos.

Levamos muito a sério a nossa responsabilidade enquanto gestores ativos no que diz respeito à gestão dos ativos dos nossos clientes e a procurar incentivar o melhor desempenho ESG possível das empresas com as quais trabalhamos.

P: Uma última questão: quais são os pontos-chave que gostariam que qualquer pessoa que esteja a pensar investir no fundo Allianz Global Sustainability tivesse em conta?

Giles: Primeiro, gostaria de referir dois dos fatores de diferenciação acima referidos: a nossa abordagem pioneira e o nosso longo historial nesta área, bem como o nosso processo de seleção de ações e o apoio das equipas especializadas de toda a empresa. Paralelamente, saliento o papel que o nosso fundo desempenha na facilitação da transição sustentável. Ao investir em empresas que são pioneiras em tecnologias — e modelos de negócio — sustentáveis e ao colaborar com elas para incentivar um melhor desempenho, acreditamos que estamos a traçar o caminho para uma economia mais sustentável nos próximos anos.